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testemunhos

+ Visão + valor + vida + voluntariado

Rita LOBO XAVIER

Tive a graça de frequentar as atividades do Rampa Clube todos os sábados desde que tenho dez anos. Fiz amigas, aprofundei a minha fé, conheci Portugal, fiz muitos jogos... Podia contar tanta coisa do clube, mas há algo que marcou e que serviu para forjar o meu caráter: todas as vezes que me incentivaram a servir os outros. Lembro-me, particularmente, de ter onze anos e estar num convívio em Coimbra. Estávamos na altura do Natal e, durante as férias, íamos para outra cidade prolongar os sábados do clube. Havia sempre uma componente de voluntariado e lembro-me de ter uma viola (que mal sabia tocar, pois estava a aprender no Rampa e ainda só tivera aulas desde outubro), umas raparigas com pandeiretas e outras simplesmente com a voz e irmos para um lar de idosos cantar, falar e animar a tarde. Creio que foi a minha primeira experiência do que hoje em dia se chama ‘voluntariado’ e foi tão bom que me lembro de termos saído do lar e continuado o nosso testemunho alegre: fomos para a rua cantar músicas de Natal perto de uma exposição de presépios. Marcou-me de tal forma que ainda hoje me lembro…das músicas, do sítio, das pessoas!


Estas ‘experiências de voluntariado’ seguiram-se durante todo o tempo que andei no Rampa…não só nos convívios, mas também nas manhãs de sábado onde íamos visitar uma família, uma senhora doente, um hospital, um lar e o ponto alto era o verão. Tínhamos um convívio dedicado unicamente a voluntariado onde fazíamos uma espécie de colónia de férias para as crianças de uma determinada cidade ou aldeia. Durante uma semana fazíamos várias atividades (teatro, dança, jornalismo, etc.) e no final apresentávamos uma festa
para toda a aldeia. Era impressionante! Estávamos sempre alegres e divertidas, fazíamos amigas e, quando chegava a casa para passar férias com a família, só queria prolongar aquela alegria e entusiasmo que vivia nos dias do convívio.


Lembro-me de, numa destas atividades de verão, pedir a Deus certos dons e graças e de me aperceber que posso transformar o mundo com aquilo que Ele já me deu, com os dons que tenho hoje, pois é Ele que faz tudo, que transforma o mundo. Temos tempo? Temos fé? Então basta pôr isso ao serviço!

"És calculista! - Não me digas que és jovem. A juventude dá tudo quanto pode; dá-se a si própria sem medida."

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Todas estas experiências com as quais cresci, foram transformando o meu coração.
Queria fazer mais, chegar aos outros, levar a alegria de ser jovem a toda a gente. Isto é o que se faz nestas atividades de verão ou ao longo do ano: levamos um bocadinho do que somos aos outros, esquecemo-nos de nós, dos nossos caprichos, da nossa vontade, durante um tempo


E depois levamos tudo isto connosco para o dia a dia, para o trabalho, para a família. A alegria que sentia nos dias de voluntariado era encontrada no serviço escondido em casa. Arrumar a cozinha sem que mo peçam, sorrir e esforçar-me por me interessar pelo dia dos que vivem comigo, desligar-me das tecnologias para dedicar tempo à família e aos amigos, manter o local de trabalho limpo e organizado, ser simpática. Coisas tão banais, mas que às vezes se tornam tão difíceis de fazer…mas a paz que sentia por saber que a minha entrega a Deus passava por esta entrega aos outros: vale a pena!


Creio que o que aprendi mais com estes ‘voluntariados’, foi a importância da generosidade e do agradecimento. Ajudou-me a perceber que tudo o que tenho, o que sou, onde nasci e onde fui criada, só o é assim porque Ele quis e eu nada mereço, por isso me tenho de dar. E ser agradecida! Ninguém quer ter uma cara de vinagre, uma pessoa que se está sempre a queixar por perto. No fundo, fazer a vida agradável aos outros.

Rafaela Lima

Fazer voluntariado tem influenciado a minha vida de várias formas!

O facto de todas as semanas ter um momento para me desligar de mim e me centrar numa causa obriga-me a relativizar todos os meus problemas e a perceber que há muita coisa ao meu redor que eu posso melhorar, bastando para isso eu querer!

 

A possibilidade de  estar e colaborar com pessoas de realidades diferentes, dando explicações num bairro desfavorecido a crianças e jovens e distribuindo comida a pessoas sem abrigo com os Álamos, mudou a minha perspectiva sobre as pessoas mais vulneráveis e os seus contextos. Fez- me ainda perceber que, sendo eu tão sortuda, não há razões para não partilhar o meu tempo e a minha disponibilidade, fazendo a diferença na vida de alguém e dando muito mais sentido à minha própria vida.

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